sexta-feira, janeiro 19, 2007

Telecomandar...

O telecomando, da minha televisão do quarto, tem vida própria... O telecomando da minha televisão muda de canais sem ninguém lhe tocar - a não ser o poltergeist que vive aqui no quarto, dentro do roupeiro.... O telecomando da minha televisão liga sozinho o aparelho a meio da noite (3h, 5h, 7h da manhã... É para o que lhe dá, pobrezinho... sofre de jet-lag, concerteza, é o que é!). O telecomando da minha televisão tem as teclas dos canais de tal maneira lixadas que só há duas que funcionam de forma normal: a 2 e a 9. E sim, o telecomando da minha televisão tem as pilhas cheias.
Resumindo: o telecomando da minha televisão é a principal razão pela qual eu estou a tornar-me num gajo mais culto, apesar de começar a estar farto de ver aqueles desenhos animados dos patos que dão à hora de jantar; a começar a achar que sim, o wrestling é uma cena mesmo muito, mas mesmo muito, muito fixe (pois! não!); e também a gostar cada vez mais dos grandes clássicos incompreendidos da música pop-rock como os Duran Duran, Billy Idol, os míticos Foreigner, ou até os Modern Talking (er...!)
Sim, é verdade, o telecomando, da minha televisão do quarto, só me deixa ver a 2 e o Canal Viva!... Que efeitos pode isto ter nos processos cognitivos e nas ligações entre sinapses, ainda não sei, mas não auguro nada de bom, até porque já antes disto também não havia grande volta a dar.
Mas toda a gente sabe que misturar a 2 e o Canal Viva tem efeitos tão nefastos na mente humana como misturar shampoo, esferovite e pomada para os calos dentro de um avião comercial...
O que fazer quando se quer ver outros canais?
1) Esperar que se passe outra vez e mude sozinho para um canal qualquer, fazendo figas para que seja exactamente o que queremos, à hora exacta a que queremos - algo que obviamente, está sempre a acontecer!
2) Ir reprogramando estes canais em que os botões funcionam até se apanhar alguma coisa interessante, nomeadamente o Canal 1, o Eurosport, ou mesmo a DSF;
3) Levantar a peidola e ir à televisão mudar os canais à mão, obviamente algo fora de questão, até porque a principal tarefa dos telecomandos é fomentar a inércia, a obesidade e a preguiça; ou 4) Cagar, e não me chatear muito com isso porque afinal, para a televisão que eu vejo, 2 canais chega, sobra, e dá para trocar em créditos nos carrinhos de choque.
Perante as escolhas possíveis, tenho optado pelo que está por detrás da porta n. 4, até porque condução de risco em feiras, ou ambientes circenses, está rapidamente a tornar-se num dos factores mais importantes ,a garantir a paz e a estabilidade do mundo, e a contribuir para o fim da fome no mundo (sim, também tenho direito ao meu momento Miss Universo), tudo isto a par do mandarim e das bandas portuguesas que cantam em inglês porque “querem ir lá para fora e ser grandes” mas que na verdade nem por cá conseguem ascender ao estatuto de pequenos.
E depois, claro, há o João Pedro Pais que vai lançar um novo álbum muito em breve - medo, muito medo!!
O que verdadeiramente me chateia com o telecomando é ter perdido a possibilidade de zappar. Quer dizer, ainda o posso fazer, mas só com dois canais não tem piada nenhuma! Se ao menos fossem 4.... É que ele há teclas (como as de subir e descer canais) que devido à falta de uso anterior, não só não funcionam como estão cortadas ao meio. Terrorismo telecomandico! Não vais a bem, vais a mal – que é como quem diz, à unha.
E é assim até que deixa de ir, e passa a ficar quietinho no mesmo sítio por mais que se carregue. Pelo menos até voar janela fora e se tornar num sério candidato ao prémio de saltos acrobáticos a partir de um 1.º andar.
E não sei porquê, quer-me parecer que o início da competição deve estar para breve. Muito, muito breve, mesmo!
Assim, há cinco minutos atrás...

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