Lawrence da Arábia
Já assistiram ao clássico "Lawrence da Arábia"?... Ganhador do óscar de melhor filme em 62 e mais 6 outros prêmios, se tornando uma das maiores lendas do cinema.
O filme conseguiu reunir grandes pesos pesados da industria, com certeza não haveria dinheiro nos dias de hoje para tal feito, começando pelo diretor David Lean (responsável por outros filmes maravilhosos tais como "A Ponte do Rio Kwai", "Dr.Jivago" e "Passagem para a India"), Peter O'Toole (filme este que o lançou como astro de primeira grandeza), Alec Guinness (ou Sir Alec Guinnes, para mim o eterno Obi Wan Kenoby) , Anthony Quinn (o camaleão que já fez papéis de grego, americano, árabe, italiano, chinês e para quem não sabe nasceu em Chihuahua, Mexico), Omar Sharif (em seu filme de estréia, concorreu ao oscar de melhor ator coadjuvante) e José Ferrer (o Cyrano de Bergerac na versão original em preto e branco de 1950, um dos meus filmes preferidos).
"Lawrence da Arábia" trata da estória T.E. (Thomas Elliot) Lawrence um jovem oficial britânico servindo no Cairo durante a primeira Grande Guerra. Apaixonado pela história e cultura oriental (na vida real ele havia se formado em Arqueologia) lidera o levante Árabe contra os Turcos que dominavam o território. Assisti este filme em DVD, originalmente ele foi filmado em Panavision de 70mm, e com certeza perdi muito do espetáculo por não ter tido a oportunidade de aprecia-lo numa tela grande de cinema, pois a fotografia (ganhadora do Oscar) assim como a trilha-sonora (outro oscar e de composicão de Maurice Jarre, pai do tecladista Jean-Michael Jarre, e execução da Orquesta Filarmônica de Londres) são magníficas, de tirar o fôlego, e ficaram pequenas mesmo na minha tv de ecrã panorâmico. O DVD segue o original, uma abertura com uma tela vazia, negra, apenas tocando o espetacular tema musical ao fundo, com certeza criando o clima enquanto as pessoas se acomodavam em suas cadeiras no cinema. Quatro minutos e meio após a marca da Universal aparece e o filme realmente começa. A película é longa, são quatro horas de duração na versão integral, tanto que é dividido em duas partes com um intervalo (intermision) na segunda hora, mas cada minuto do filme é surpreendente sem causar monotonia ou cansaço.
Surpreendente também é a produção, impressiona a quantidade de extras (em algumas cenas eles chegam a milhares) e o figurino. Segundo Steven Spielberg durante uma entrevista o custo deste filme se fosse feito hoje chegaria a 245 milhões de dólares, ou seja, impossível de ser filmado. Claro, poderia-se utilizar os efeitos digitais para copiar as grandes fileiras de cavaleiros Hititas e Haritas, mas como muito bem provado em "O Retorno da Múmia", nenhum efeito digital ainda é tão perfeito ou grandioso quanto a própria realidade.
A paixão pelo deserto do diretor é outro ponto forte, os planos abertos e as grandes cenas são dignas de qualquer grande documentário da National Geographic. Quem conhece o deserto sabe do fascínio que ele causa e eu nunca vi alguem capturar esta emoção com tanta beleza.Porém, nem tudo é perfeito. O filme deixa um final vago, perde ritmo ao chegar no último quarto de exibição e em alguns pontos fica um pouco cansativo.
Para quem é fã de cinema, esta é uma obra obrigatória! Para quem gosta de um bom filme de aventura, história e geografia também é um prato cheio. O público em geral vai acha-lo meio chato e longo, mas ninguem discute a beleza do trabalho.
Não é a toa que este épico tenha tantos fãs...
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