Recordar é viver...
O revivalismo tende a tornar-se uma pescadinha-de-rabo-na-boca. Quando damos por nós, estamos a recuperar coisas das quais ainda nem tivemos tempo de sentir saudades. Um bocado como a TVI faz com as edições dos reality-shows. Já para não falar no pequenito Saúl (o eterno bardo do "Bacalhau Quer Alho"). Eu pergunto quem é que tem saudades daquele erro genético, que mais se assemelha a um Quim Barreiros em porta-chaves? Quem sente falta de olhar para aquelas mandíbulas incompletas? Para tornar a imagem ainda mais insuportável, o fedelho com voz de cabrito evoluiu, como seria de prever, para um grunho musculado de camisola sem mangas e cabelo oxigenado, dedicado de corpo e alma à dance music.
O lado bom de tudo isto é que, tanto na música, como na moda, podemos ignorar o que não nos interessa e aderir apenas àquilo de que gostamos.
Vejam lá se não sentem saudades desta cara?... Não enche corações?...

Uma situação estapafúrdia, é certo, mas se fosse o Olimpya estou certo que o ganapo enchia com uma perna às costas. É que não sei se já alguém se deu conta, mas para um qualquer artista português, é fácil encher o Olimpya. Porque na realidade aquilo não é uma magnífica sala de espectáculos de Paris. É antes o teatro velho para onde eles atiram a malta que mora nos guettos portugueses. Cada vez que por lá aparece um cartaz a anunciar mais um saloio lusitano, lá vem mais um imponente desfile de chinelos em direcção à bilheteira...
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